Os fim dos cullotes.
Usar calças era um ato exclusivo para homens e a vestimenta era constituída de peças extremamente justas. E assim era a regra até a Revolução Francesa, onde a monarquia as usava como um símbolo e eram conhecidas como “Cullotes”.
Após a revolta contra Luis XVI, as roupas sofreram uma mudança radical, buscando acabar com qualquer imagem associada ao antigo regime. Assim, as calças começaram a ter um corte mais reto, similar às usadas pela população humilde. Ainda aqui, mulher de calça era algo inimaginável. E engraçado pensar que o oposto, como homens de saia, era algo corriqueiro em alguns lugares. Mas isso, e uma outra historia.
Pantalonas à vista!
Com estas mudanças e revoltas, uma grande revolução indumentária também chegou aos exércitos. E é aí que nossa pantalona entra para a história! Buscando uma peça fácil de dobrar a barra (para agilizar a limpeza dos convés e o desembarque em praias) as Marinhas do mundo começaram a produzir peças com calças mais largas. Além disso, a novidade permitia aos marinheiros que fosse retirada sem dificuldades quando estivessem na água. A praticidade trouxe notoriedade e essas fardas começaram a ser utilizadas a partir do século XIX.
A influência de grandes estilistas
No início do Século XX, Coco Chanel resolve passar suas férias em uma charmosa cidade litorânea chamada Deauville, na região da Normandia e também conhecida como a Riviera Parisiense. Até hoje, o local é um destino charmoso e recomendando para uma viagem de carro saindo da capital Francesa, onde moda, praia e estilo se misturam.
Durante sua estadia na região, a estilista se encanta com o uniforme dos marinheiros e os usa como inspiração para suas peças. Porém, as calças ainda eram proibidas para mulheres e a moda não alcançou o grande público. Vale ressaltar que Coco Chanel foi uma das primeiras mulheres a usar calça e nunca se importou com inovar. Por isso, ela tem sempre seu lugar de destaque em nosso blog. Vale lembrar também que foi em Deuville, o local escolhido para a primeira butique Chanel da história.
Depois disso, já no fim da década de 30, uma estilista chamada Elsa Schiaparelli lança o Conjunto Abrigo com uma calça tão ampla que mais se assemelhava a uma saia. A peça torna-se um ícone feminista e começa a ser usada por quem queria comunicar independência. O conjunto apareceu em filmes e tornou-se um clássico da década onde mulheres precisaram ocupar o mercado de trabalho por conta da Segunda Guerra Mundial.
Um símbolo de resistência
A moda de usar calças realmente se consolidou entre as mulheres em 1960/70 com os movimentos Hippie e Feminista, ambos em plena ascensão. O primeiro buscava uma estética menos ocidental, inspirando-se em peças orientais e sem gênero. Enquanto o segundo, dentre várias outras questões que não vamos abordar neste momento, lutava contra a opressão do corpo feminino apropriando-se do guarda roupa masculino. O terninho lançado por Yves Saint Laurent – neste mesmo período – levou a peça para sua máxima consagração na alta costura. Em resumo, virou um ícone.
Hoje, a pantalona está presente em vários momentos e sem restrições. Seja ela de alfaiataria ou de malha, a calça transita em todos os ambientes e pode ser usada desde os mais informais até aqueles escritórios mais tradicionais, por exemplo. Em outras palavras, ela pode ter um toque de sobriedade ou modernidade dependendo do look.
A pantalona combina com todos os corpos porque é muito versátil e, além disso comunica autoridade, credibilidade e poder. Ela ainda alonga as pernas e valoriza a parte de baixo do corpo. Além disso, carrega toda uma história consigo, que provavelmente muita gente ainda não conheça.
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Que leitura deliciosa! Assim fica fácil aprender sobre moda/ história. Tô amando essa nova proposta da fixbitt❤👏👏
Que artigo interessante, é sempre importante saber como surgiam tendências da moda.