Nessa semana eu li uma matéria do New York Times que falava sobre os perigos de se buscar dicas de beleza no TikTok. Beber água de clorofila, desafio da vaselina, sardas tatuadas em casa e contorno de rosto feito com filtro solar foram alguns dos casos mostrados no artigo que me deixaram espantada com o poder de influência de alguns criadores de conteúdo digital.
Não importa o quão absurdo seja o que dizem, a palavra deles vem recebendo mais peso que a de profissionais formados e com carreira sólida. No artigo, o Dr. Denty Egelman, um dos dermatologistas entrevistados, ainda diz: “É engraçado porque os pacientes costumam ser muito reticentes em nosso consultório quanto a tentar tratamentos, mas quando eles veem algo feito no Instagram por um influenciador de 18 anos eles ficam tipo ‘Claro!’”
Aqui no Brasil o mesmo acontece, mas com itens diferentes.
As pessoas possuem mais disposição em pagar caro num produto indicado via redes sociais que investir o mesmo valor numa consulta com um especialista.
Vocês provavelmente devem se lembrar que há algum tempo as espojinhas de limpeza elétricas, os chás emagrecedores que desincham e a jujuba polivitamínica que promete crescer cabelo explodiram por aqui através das dicas ‘amigas’ de beleza. Eu mesma, por onde ia no Instagram, sempre encontrava uma alma fazendo publi de um desses três.
Como resultado disso, essas belezinhas viraram furor entre as consumidoras comuns (ou seja, as que pagam por seus produtos) e foram sucesso de vendas. Mesmo não sendo nada baratos, viu? A espoja elétrica com vibração sônica, por exemplo, sai pela bagatela de R$500 o modelo mais em conta, podendo chegar até a casa dos R$1.299, as jujubas saem por R$579 o kit e a caixinha do chá que desincha beira os R$100.
Não vou entrar no mérito de dizer se esses produtos funcionam ou não, pois eu não tenho bagagem o suficiente para julgar isso. No entanto, de uma coisa eu sei: não há item milagroso, tecnológico e hypado que substitua a expertise de um profissional da área.
A gente se esquece que por trás da pele linda, do cabelo longo e sedoso e do corpo magro das influenciadoras existe uma equipe enorme de dermatologistas, nutricionistas, cabeleireiros e outros profissionais nada acessíveis para nós.
O golpe tá aí…
Você se lembra de quando ríamos das propagandas (de veracidade duvidosa) onde a Xuxa se lambrecava de Monange e a Gisele aparecia usando Pantene? Então. Esse golpe voltou num formato 2.0 e parece que tem muita gente caindo nele. Ainda.
Quantidade de seguidores e selo de verificação não são garantia de idoneidade, migles. Tenham atenção redobrada nas redes, pois cair na lábia de uma pessoa que você gosta de acompanhar é mais fácil que vocês imaginam. Eu, inclusive, já fui vítima de um produto que, numa época não tão distante, foi vendido como algo milagroso. O resultado prometido nunca veio, mas as 10 parcelas que fiz no cartão caíram normalmente, conforme o esperado.
Hoje se eu vejo muitas influenciadoras digitais usando um produto X eu desconfio antes de mais nada, pois marketing massivo deixou de ser referência de qualidade pra mim.
Fiquem atentas, pesquisem sempre e dêem valor ao trabalho de bons profissionais. Siga a sua influenciadora favorita, mas na hora de buscar dicas de beleza e saúde não hesitem em procurar um especialista (nem que seja nas redes sociais, ok?).
No mais, é isso.
Vou deixar o link do artigo aqui para vocês acessarem caso queiram ler. A matéria tá sensacional, logo, vale dar um pulinho lá!