Primeiramente, peço desculpas pelo título sensacionalista, mas eu precisava atrair a sua atenção.
Há alguns dias, surgiu uma thread sobre coisas “cringe” lá no twitter e esse assunto virou tema em muitos perfis de conteúdo de moda. Para quem não acompanhou o desenrolar da história e não faz a mínima ideia do que é “cringe”, eu explico. De forma bem resumida, um perfil perguntou no twitter o que a geração Z (1997-2012) achava de vergonhoso nos Millennials (1981-1996) e a nova geração elaborou uma lista extensa de coisas que eles achavam um mico ou, nas palavras deles mesmos, “cringe”.
Uma das coisas mais vergonhosas apontadas por eles foi o fato da minha geração adorar combinar jeans skinny com sapatilha de bico redondo.
E é nesse momento que a saga do cafona/brega começa.
A partir daí, vários perfis de moda fizeram postagens sobre o que é ou não é brega, pontuando sobre combinações e elementos que, segundo eles, matam um look. Só que esses perfis se esqueceram de que a moda vai além de um look bonito. Moda também é arte e personalidade. Moda é você se expressar no mundo e contar sua história.
Agora me conta uma coisa, como você aborda uma pessoa e diz para ela que ela está contando sua própria história de forma errada?
Se a moda é para todo mundo, por qual motivo ainda questionamos os jeitos de vestir?
E não paro por aí.
Você sabe qual a origem da palavra brega?
Pois bem, eu te conto. Por volta dos anos 60, o termo brega começou a ser usado para designar um ritmo musical vindo das camadas populares e que era visto como algo cafona e extremamente deselegante. Desde então, esse termo virou sinônimo de tudo aquilo que “não tem classe”.
E se você observar com olhos atentos o que algumas pessoas dizem ser brega, você verá que a essência desse não mudou de lá para cá. Brega, para muitos, é se vestir como pobre, como povão. Elegante, por sua vez, é tudo aquilo que faz alusão à riqueza.
Será então que, em pleno 2021, com tanto conhecimento disponível por aí, ainda é válido usar o termo brega no mundo da moda? Principalmente quando sabemos que moda é muito mais que um look visualmente harmonioso?
Esse é o ponto.
Além de ser feio julgar um estilo ou uma peça como brega, isso também não faz sentido.
Associar peça X ou estilo Y à palavra cafona é ilógico, pois tudo é cíclico no mundo da moda. Ou seja, as tendências surgem, se consolidam, alcançam seu auge, declinam, caem no ostracismo e depois retornam para uma nova temporada. Mudar seu estilo para atender as demandas do calendário da moda é loucura e quase impossível.
Mas então tudo é bonito para você, Maíra?
Não, de forma alguma. Mas algo não ser bonito sob o meu ponto de vista não me dá o direito de julgar o estilo de outra pessoa como brega. Na verdade, existem DIVERSAS coisas que eu acho muito feio, gente. No entanto, esse é o meu gosto pessoal.
Não gosto, logo não uso. Pelo menos é assim que eu acho que deveríamos agir.
Ufa! Acho que foi. Hahaha
Gostaria muito de saber o que vocês acham disso, se vocês concordam em partes ou discordam de tudo. Saibam que vou adorar conversar sobre, pois esse é um dos assuntos que estão sempre na minha cabeça.
Aproveito para deixar aqui o link da postagem que me inspirou a escrever este texto. Esse perfil (@nao.tenhoroupa), inclusive, é um dos maiores achados que encontrei no Instagram. Corre lá e depois me conta o que achou, ok?
No mais, bom final de semana, povo. Vejo vocês na segunda! <3